Países como China, Coreia do Sul, Estados Unidos e Brasil adotaram soluções para contextualizar, monitorar e antecipar casos.
Com mais de 105 mil casos confirmados, de acordo com um boletim da Organização Mundial da Saúde, o coronavírus se espalhou rapidamente pelo mundo todo. Atualmente, 57 países já foram afetados, com a maior concentração de infectados na China. Segundo a OMS, a Coreia do Sul aparece em segundo lugar em número de casos, com mais de 7 mil registros. Diante do cenário, o governo sul-coreano decidiu usar a tecnologia para reverter a situação.
De acordo com as diretrizes do país, qualquer pessoa que tenha contato com portadores confirmados de coronavírus deverá entrar obrigatoriamente em quarentena. Sendo assim, milhares de coreanos estão em suas casas para evitar que a doença se espalhe ainda mais.
Para acompanhar os casos e conter a propagação do vírus, o governo lançou, na última sexta-feira (6), um aplicativo. A solução permite que os usuários em quarentena permaneçam em contato com médicos e autoridades, relatando possíveis sintomas. Além disso, o app usa GPS para rastrear a localização das pessoas, garantindo que elas não saíam durante o período estabelecido.
O aplicativo, que não tem uso obrigatório, está sendo testado em Gyeongsang do Norte, epicentro do surto no país. Nas próximas semanas, será expandido para o restante da Coreia do Sul. Além do app, o país tem adotado outros métodos para impedir o aumento de casos da doença — como monitoramento por chamadas telefônicas e envio de equipes para coleta de amostras.
Testes em domicílio
Em Seattle, nos Estados Unidos, novas soluções também estão sendo criadas para combater o coronavírus. A cidade já registrou 70 casos confirmados, número que cresce de forma acelerada. Um projeto financiado pela fundação de Bill Gates permitirá que pessoas façam testes em casa e enviem suas amostras para análises. Os resultados estarão disponíveis em até dois dias.
Os infectados serão notificados e responderão, em uma plataforma online, uma série de perguntas sobre locais onde passaram e contatos que tiveram, facilitando a localização de outras pessoas que deverão fazer o teste ou ficar em quarentena. “Isso tem um enorme potencial para mudar a maré da epidemia”, afirmou Scott Dowell, especialista em doenças infecciosas e membro da fundação.
Investimento em tecnologias
Os testes em Seattle fazem parte de um investimento de US$ 100 milhões anunciado pela Bill & Melinda Gates Foundation na luta contra o coronavírus. O valor será destinado a instituições americanas, autoridades de saúde pública em países da África Subsaariana e do Sudeste Asiático e em pesquisa de vacinas, tratamentos e ferramentas de diagnóstico.
Além da fundação de Bill Gates, outros grandes nomes da tecnologia se uniram para combater o vírus. A chinesa Baidu estabeleceu um fundo de RMB 300 milhões (cerca de R$ 180 milhões) reservado a pesquisa e desenvolvimento de cura, enquanto a Meituan Dianping abriu um fundo de mais de R$ 120 milhões para ajudar equipes médicas de zonas mais afetadas pelo vírus.
Na China, a Alibaba também investiu em tecnologia para combater a epidemia. A empresa criou um algoritmo de inteligência artificial capaz de diagnosticar casos de coronavírus com 96% de assertividade. A solução foi treinada pela Academia Damo, um instituto de pesquisa da Alibaba, com dados de 5 mil casos confirmados de contaminação do vírus.
No Brasil
Com 25 casos confirmados, o Brasil também tem desenvolvido novas soluções para tratamento e prevenção ao coronavírus. No início de março, o Ministério da Saúde lançou um aplicativo no qual a população pode tirar dúvidas sobre sintomas, prevenção, unidades de saúde próximas e outras informações importantes sobre o tema. Chamado “Coronavírus – SUS”, o software ainda fornece notícias em tempo real e um formulário que avalia o risco de infecção dos usuários.
Pouco tempo depois, a IBM anunciou que disponibilizaria, gratuitamente, seu sistema IBM Clinical Development (ICD) para o Brasil e outros países afetados. A solução reduz o tempo e o custo de ensaios clínicos, centralizando e organizando dados que podem ser acessados por uma única URL.
“Todos os setores da sociedade estão trabalhando para superar os desafios da epidemia. Um dos pontos essenciais para o seu controle é acelerar a pesquisa, o desenvolvimento e o acesso ao tratamento prático com medicamentos eficazes contra o novo coronavírus”, escreveu a empresa em um comunicado.
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